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Resenha Pai Rico e Pai Pobre

Gosto da parte em que ele fala sobre “se pagar primeiro”. Nós passamos a vida toda correndo para pagar tudo em dia e dando dinheiro aos outros, mas e o meu dinheiro? O esforço que faço para deixar os outros ricos, pagando-os primeiro, deveria na realidade ser feito para me pagar. Por que eu não crio para mim um fundo em que sou obrigado a depositar dinheiro frequentemente e, assim, gerar com os rendimentos desse negócio uma renda passiva para mim?

O livro parece ressaltar a importância de sair da renda fixa, o que já é algo acima da média, mas também de se esforçar para conseguir comprar ou fazer negócios que possam trazer maiores rendimentos, ainda que com maiores riscos. Mesmo que você falhe em alguns momentos, eventualmente, você vai acabar acertando.

Esse ponto é interessante porque ele fala sobre aprender a perder e fracassar, entendendo isso como uma passagem, um caminho para o sucesso. Ele enfatiza que o dinheiro usado para essas operações deve ser aquele que você pode perder, sem mexer na porção que possa comprometer suas finanças. Parece que a ideia é a seguinte: se você colocou 1000 e fez 500, ainda que em uma renda passiva, dali para frente, você deveria usar os 500 que ganhou para se arriscar, sem perder seu montante inicial.

O livro é extenso, e muitas histórias acabam sendo esquecidas, mas uma mensagem que ficou muito forte na minha mente é: “melhor é dar do que receber”. Pessoas ricas têm algo a entregar, por isso são bem-sucedidas. Às vezes, ficamos querendo preservar demais as coisas, mas é importante se guardar: “de tudo que tem que se guardar, guarde seu coração”, “a mão direita não precisa saber o que a mão esquerda fez”. No entanto, se você conseguir entregar algo, como abraços, sorrisos, tempo, dinheiro, carinho, ainda que não tenha o suficiente para si, em algum momento isso volta para você, seja em dinheiro ou aprendizagem que pode, em algum momento, virar dinheiro.

Isso parece bom, pois às vezes ficamos represando as coisas, seja por preguiça, seja por acharmos que o que temos é valioso demais e que, se repartirmos, perderemos o que temos. Ou ainda, achamos que temos pouco e queremos reter para não perder o pouco que temos. Mas a lógica parece toda ao contrário: é repartindo que se multiplica. Quando você tem uma coisa e divide por duas, matematicamente dá 0.5 (meio), mas na realidade, você tem duas frações daquela coisa dividida. A palavra fração e divisão parece pejorativa porque fico com uma parte de um todo, mas, se pararmos para pensar que duas partes são maiores que uma, a divisão passa a ser mais positiva. Sem falar que essa multiplicação parece crescer organicamente e exponencialmente, não pelo seu esforço, mas pelo esforço dos outros. Se eu compartilho algo que é meu e impacto outra pessoa que reparte o que tem, mas deixando claro a fonte original disso, acabo criando uma legião de “fãs” para mim, e dessa forma, continuo a crescer.

Achei boa a ideia de parar de gastar dinheiro com o que não vai me trazer retorno financeiro e desfrutar quando estiver mais velho. No entanto, parece um pouco clichê. O importante é fazer algo, começar algo, sem se importar muito com os primeiros resultados, mas se preocupar em executar. Aos poucos, o que fiz inicialmente errado vai melhorando, aperfeiçoando e construindo em mim uma pessoa mais forte e disciplinada.

Que bom que lembrei dessa palavra: a disciplina. A disciplina é algo muito importante que detectei no livro. Se você não tem disciplina, não se controla e não consegue de alguma forma controlar seu bolso em relação a coisas legais, mas que são supérfluas, você não vai conseguir ensinar seus filhos e nem enriquecer de verdade.